Iemanjá
Ondas lambiam seus pés brancos afundados na areia. Seu corpo brilhava de luar, confundindo-se com estrelas no manto azul.
Plenitude. Tão simples sentir-se plena... Naquele momento encontrava-se só, nua, inteira, presente. Naquele momento intuiu que encontros significavam intersecção entre vidas; sabia ser completa, reconhecia a união como integração de portais sintonizados, sem tempo, sem espaço.
Ondas quebravam em suas pernas enquanto lembrava de suas águas revoltas, e ela acolhia essas águas, e ela permitia a doçura de Janaína, e as águas amansavam.
Serenidade. Ser serena. Sereia. Um dia seu canto atraiu quem esperava. Deixou a liberdade do oceano, ganhou pernas, tornou-se humana para viver a paixão. Assim perdeu a imortalidade, o encanto, morreu, mas soube renascer das cinzas. Ela aprendeu a usar o poder e sua voz já não se presta a conquistas de incautos pescadores. Seu canto, hoje, é sagrado.
Seus pés, submersos, afundavam mais e mais na areia quente.
Cantava sua música preferida no palco azul esverdeado, entre conchas, peixes coloridos, espumas, rochas, sorvendo a maresia. Na plateia, golfinhos acompanhavam a melodia saltitando, e Netuno sorria contente. Os deuses do mar receberam a oferenda. A felicidade atravessava oceanos...
Seu corpo dançava ao ritmo dos ventos, inspirava o mesmo ar dos sons arcanos da canção.
Paixão e música. A música a subtraía da paixão, a paixão roubava-lhe a música. Conflito. A música era ciumenta como suas paixões. Transformou-se num diamante multifacetado, usou suas duras pontas para afastar as paixões e, no fundo da gema, encontrou o amor para viver a música. Amor e Música, Música em Amor.
Cometas prateados, naves, uma chuva de luz na Terra e no Céu celebravam a vitória.
Ao pender de um lado a outro, como o balanço das ondas, harmonizava seus contrastes, seus terrenos tortuosos, seus diversos habitantes, suas máscaras, suas vidas. A isso chamava integridade.
Nuvens deram espaço à lua cheia. Odoiá! '
Ondas lambiam seus pés brancos afundados na areia. Seu corpo brilhava de luar, confundindo-se com estrelas no manto azul.
Plenitude. Tão simples sentir-se plena... Naquele momento encontrava-se só, nua, inteira, presente. Naquele momento intuiu que encontros significavam intersecção entre vidas; sabia ser completa, reconhecia a união como integração de portais sintonizados, sem tempo, sem espaço.
Ondas quebravam em suas pernas enquanto lembrava de suas águas revoltas, e ela acolhia essas águas, e ela permitia a doçura de Janaína, e as águas amansavam.
Serenidade. Ser serena. Sereia. Um dia seu canto atraiu quem esperava. Deixou a liberdade do oceano, ganhou pernas, tornou-se humana para viver a paixão. Assim perdeu a imortalidade, o encanto, morreu, mas soube renascer das cinzas. Ela aprendeu a usar o poder e sua voz já não se presta a conquistas de incautos pescadores. Seu canto, hoje, é sagrado.
Seus pés, submersos, afundavam mais e mais na areia quente.
Cantava sua música preferida no palco azul esverdeado, entre conchas, peixes coloridos, espumas, rochas, sorvendo a maresia. Na plateia, golfinhos acompanhavam a melodia saltitando, e Netuno sorria contente. Os deuses do mar receberam a oferenda. A felicidade atravessava oceanos...
Seu corpo dançava ao ritmo dos ventos, inspirava o mesmo ar dos sons arcanos da canção.
Paixão e música. A música a subtraía da paixão, a paixão roubava-lhe a música. Conflito. A música era ciumenta como suas paixões. Transformou-se num diamante multifacetado, usou suas duras pontas para afastar as paixões e, no fundo da gema, encontrou o amor para viver a música. Amor e Música, Música em Amor.
Cometas prateados, naves, uma chuva de luz na Terra e no Céu celebravam a vitória.
Ao pender de um lado a outro, como o balanço das ondas, harmonizava seus contrastes, seus terrenos tortuosos, seus diversos habitantes, suas máscaras, suas vidas. A isso chamava integridade.
Nuvens deram espaço à lua cheia. Odoiá! '